quarta-feira, 15 de outubro de 2014

"Saudade é sentimento que nasce no passado. Ela é dor quando não se sabe se seu significado é 'pra sempre' ou 'nunca mais'." (M. Ponciano) 

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

"A solidão é o estado de que mais fugimos e com o qual temos de lidar inevitavelmente. Alguns são solitários e fazem de companhia a dança, outros usam as tintas para dar vida à companhia, outros fazem-se sozinhos com seus inúmeros pensamentos e imaginados amores. A catarse da obra é entender que o complemento de fora não preencherá um vazio que nasce dentro; que as imagens entretem mas nem sempre trarão a paz; que o ódio é o amor ao avesso- ou sua face mais exacerbada. Não aprendi a colecionar flores porque não as ganhei- justificava sem lógica para quem não ousou cultivá-las. No fim, perceber-se-á que não é necessário centenas de aprovações ou curtidas, precisamos só de um olhar atento e paciente; é desperdício derramar sentimento se não senti-los aos poucos; não é útil muitos amores se não for feito de si a companhia primeira e mais agradável; é demasiado muitos corpos se um só abraço é o bastante para nos afagar e desfazer qualquer vestígio de solidão." (M. Ponciano)

segunda-feira, 9 de junho de 2014

"As grades que protegem são também as que impedem de sair. Derrubar as grades significa deixar-se surpreender por aquilo que vem de fora e deixar sair tudo aquilo que não faz bem e está preso no lado de dentro." (M. Ponciano) 

quarta-feira, 4 de junho de 2014

"Amar é correr o risco de estar errado, é baixar a voz mesmo sabendo que está certo para evitar gritarias maiores, é jogar-se montanha a baixo confiando cair em braços de cuidado, é dividir um pouco de si com o outro e acrescentar um pouco do outro em si... amar não é um jogo, não é uma sentença, não é um caminho sem imperfeições, é uma vivência contínua onde se soma um pouco dos dois para formar um terceiro que se chama 'nós', é deixar os corações se abraçarem, tocarem-se, mesmo sem falar nada, apenas através do olhar" (M. Ponciano) 


sábado, 19 de abril de 2014

"Sabe esse sentimento que chamam de amor? Cheio de nomes, de alturas e profundidades, de meios e de começos que não esperam o fim...
Sabe essa fórmula que inventaram com príncipes e princesas, com felicidade eterna, com lonjuras percorridas sem sair do lugar, com o medo de sentir dor sem saber que o medo já é a semente que fecunda o sofrimento? Eu também sei... Já esqueci, reaprendi, transformei, neguei... acho que aceitar é ajeitar o coração, é domesticar a razão para aquilo que um quer e o outro rejeita.
Eu pensei que sabia... mas meu corpo tocou o seu, o tempo cruzou meu olhar e o teu e os abraços... ah... os abraços uniram nossa existência, foram ponte para nossas almas, são raízes que destroem a irracional lógico dos nossos desentendimentos...
Sabe o desejo? Ele ferve. Sabe o medo? Ele salienta aquilo que nos afasta. Sabe o amor? Ele nos afaga, faz-nos perceber a completude que é a existência em par, dá-nos a compreensão calma completa, exclui ver-te em pedaços e faz-me perceber que não sou sozinho, mas que também sou feito de pedaços teus que ganham sentido em mim." (M. Ponciano)